"Tenha coragem de vencer os desafios e prosseguir a sua caminhada. Felicidade não cai do céu como chuva. Ela sempre será conquistada, e, afinal, você não é diferente dos outros. Todo o mundo só conquista a felicidade através de muita dedicação, trabalho e amor. Isolar-se por rebeldia não o levará a nada. Permita-se inovar; entregue-se à vidaa e vibre em sintonia com aqueles que o amam. Dê uma chance a si mesmo".
(CHICO CHAVIER)


sábado, 14 de abril de 2012

Ressentimentos passivos transformando-se em participação ativa

O Brasil tem milhões de brasileiros que gastam sua energia distribuindo ressentimentos passivos. Olham o escândalo na televisão e exclamam 'que horror'. Sabem do roubo do político e falam 'que vergonha'. Vêem a fila de aposentados ao sol e comentam 'que absurdo'. Assistem a uma quase pornografia no programa dominical de televisão e dizem 'que baixaria'. Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram 'que medo'. E pronto! Pois acho que precisamos de uma transição 'neste país'. Do ressentimento passivo à participação ativa'.
Recentemente o jornalista Arnaldo Jabor esteve em Porto Alegre, onde apreciou atitudes com as quais não estava acostumado, por ser paulista e paulistano. Viu aqui no Rio Grande do Sul um regionalismo que simplesmente não existe em nenhum outro estado do Brasil, que, sendo de todos, não é de ninguém. No Rio Grande do Sul, Jabor palestrou em um evento do Sindirádio. Abriram com o Hino Nacional. Todos em pé, cantando. Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul. Jabor ficou curioso de como seria o hino. Começa a tocar e, para sua surpresa, todo mundo cantando a letra: "Como a aurora precursora / do farol da divindade, / foi o vinte de setembro / o precursor da liberdade".
Em seguida um casal, sentado ao seu lado, prepara um chimarrão. Com garrafa de água quente e tudo. E oferece aos que estão em volta. Durante o evento, a cuia passa de mão em mão, até para o palestrante ofereceram, que de imediato, ficou pasmo. Todos colocando a boca na bomba, mesmo pessoas que não se conhecem. Aquilo cria um espírito de comunidade ao qual aquele paulista, não estava acostumado.
Jabor comentou que desde que saí de Bauru, nos anos setenta, não sabia mais o que era 'comunidade'. Ficou imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo. Mas São Paulo tem hino? Sabe como é que os 'ressentimentos passivos' se transformarão em participação ativa? De onde virá o grito de 'basta' contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil? De São Paulo é que não será.
Esse grito exige consciência coletiva, algo que há muito não existe em São Paulo. Os paulistas perderam a capacidade de mobilização. Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção. Só saem na passeata Gay... São Paulo é um grande campo de refugiados, sem personalidade, sem cultura própria, sem 'liga'. Cada um por si e o todo que se dane. E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes.
Penso que o grito - se vier - só poderá partir das comunidades que ainda têm essa 'liga'. A comunidade gaúcha, é claro. Afinal, foi daqui que deu-se o pontapé inicial para o ato da Legalidade, em 1964.
Certamente se um dia o Brasil tiver que mudar, será nós gaúchos que levantaremos novamente a bandeira do "basta". Daqui buscaremos em nossas raízes a indignação que não se encontra mais em lugar algum deste pobre País, explorado e desgovernado pelos políticos a serviço de si próprios. Com orgulho me juntarei a este povo que se indiguina de verdade e cantarei o nosso hino com orgulho.
E... "sirvam nossas façanhas, de modelo a toda terra"...