"Tenha coragem de vencer os desafios e prosseguir a sua caminhada. Felicidade não cai do céu como chuva. Ela sempre será conquistada, e, afinal, você não é diferente dos outros. Todo o mundo só conquista a felicidade através de muita dedicação, trabalho e amor. Isolar-se por rebeldia não o levará a nada. Permita-se inovar; entregue-se à vidaa e vibre em sintonia com aqueles que o amam. Dê uma chance a si mesmo".
(CHICO CHAVIER)


sábado, 31 de julho de 2010

O futuro do PT

O PT nasceu de cesariana, há 29 anos. O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base. Os orgulhosos padrinhos foram: primeiro o general Golbery do Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição brasileira.
Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT, o PTB e o PT. Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista que foi o general Golbery.
Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento e um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.
O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras.
O PT lançava e elegia candidatos, mas não "dançava conforme a música". Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas, esses todos que sustentam o atual governo.
O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto. Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros. Tudo muito chique, conforme o figurino.
E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas.
A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Junior. Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloisa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.
Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida Frei Betto. E agora, bem mais recentemente, o senador Flavio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.
Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido. Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas. Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64.
Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República. Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus.
Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente. É o triunfo da pelegada.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Cristais quebrados

por Carlos Vereza
Ator e ex-petista

Não é necessário ser profeta para revelar antecipadamente o que será o ano eleitoral de 2010. Ou existe alguém com tamanha ingenuidade para acreditar que o “fascismo galopante” que aparelhou o estado brasileiro, vá, pacificamente, entregar a um outro presidente, que não seja do esquema lulista, os cargos, as benesses, os fundos de pensão, o nepotismo, enfim, a mais deslavada corrupção jamais vista no Brasil?
Lula, já declarou, que (sic) “2010 vai pegar fogo!”. Entenda-se por mais esta delicadeza gramatical, golpes abaixo da cintura: Dossiês falsos, PCC “em rebelião”, MST convulsionando o país… Que a lei de Godwin me perdoe - mas assistiremos em versão tupiniquim, a Kristallnacht, A Noite dos Cristais que marcou em 1938 o início do nazismo na Alemanha.
E as vítimas serão todos os democratas, os meios de comunicação não cooptados (verificar mais uma tentativa de cercear a liberdade de expressão no país: em texto aprovado pelo diretório nacional do PT, é proposto o controle público dos meios de comunicação e mecanismos de sanção à imprensa). Tudo isso para a perpetuação no poder de um partido que traiu um discurso de ética e moralidade ao longo de mais de 25 anos e, gradativamente, impõe ao país um assustador viés autoritário. Não se surpreendam: Há todo um lobby nacional e internacional visando a manutenção de Lula no poder.
Prêmios, como por exemplo, o Chatham House, em Londres, que contou com “patrocínios” de estatais como Petrobras, BNDES e Banco do Brasil, sem, até agora, uma explicação convincente por parte dos “patrocinadores” ; matérias em revistas estrangeiras, enaltecendo o “mantenedor da estabilidade na América do Sul”. Ou seja: a montagem virtual de um grande estadista. Na verdade, Lula, é o übermensch (SUPERHOMEM) dos especuladores que lucram como “nunca na história deste país”.
Sendo assim, quem, em perfeito juízo, pode supor que este ególatra passará, democraticamente, a faixa presidencial para, por exemplo, José Serra, ou mesmo Aécio Neves? Pelo que já vimos de “inaugurações” de obras que sequer foram iniciadas, de desrespeito às leis eleitorais, do boicote às CPI, como o da Petrobrás, do MST e tantos outros “deslizes”, temos o suficiente para imaginar o que será a “disputa” eleitoral em 2010.
E tem mais, o PT está comprando com o nosso dinheiro, Políticos, Intelectuais, juizes, Militares, o povo humilde com bolsa esmola e formando milícias com o MST, PCC, Sindicatos, ONGs, Traficantes e outros, que recebem milhões e milhões de reais, para apoiar o PT e as falcatruas do Governo lula.
Não podemos nem pensar em colocar como Presidente do Brasil, uma mulher Terrorista, que passou a vida assaltando bancos, matando pessoas inocentes, arrombando casas, roubando e matando as pessoas. Só uma pessoa internada num manicômio, seria capaz de votar numa BANDIDA para presidente de um País. Confiram.

Carlos Vereza – Ator – ex-petista

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A perda de um pai. Meu pai, meu querido, meu amigo

Escutar as histórias dos outros pode nos afetar emocionalmente até certo ponto, mas a dor da perda você só pode senti-la quando vive em primeira pessoa. Tristeza é o desespero do irreversível. Irreversível é a morte. Perdi meu pai. Ele morreu vitimado de um infarto fulminante. De qual outro modo ele poderia morrer? “Overdose” de amor mata. Como dizia Carlos Drummond de Andrade, que morreu logo depois que sua querida filha se foi “Não morremos de morte morrida, mas de vida vivida”.
A conjugação pode estar errada, mas os poetas, como se sabe, são livres para “poetar” e o sentido é profundo. Tenho certeza que meu pai abusou demais daquele coração vivendo intensamente suas emoções. “Prefiro viver intensamente por menos tempo, do que viver mais e não poder fazer as coisas que mais gosto nessa vida”, comentou a algum tempo atrás comigo.
Foi a vida que ele levou que o levou embora. Quem ele amou, ele amou sem medidas porque era ávido de amor. Gostava de dividir e doar. Sincero até demais, dono de um coração sem limite que o traiu no seu último momento.
Todos nós, que moramos aqui, temos medo de uma notícia destas. Nossa alma fica pequena só de pensar e temos que viver com isso. Quanto mais passa o tempo e eles envelhecem lá do outro lado, pode ter certeza, um dia esta notícia vai chegar. É o curso natural da vida, mas quem disse que é fácil aceitar?
A tristeza desta perda não se resume ao passado, é a dor da tristeza pelo futuro que não se terá. Ele não vai mais estará a me esperar para o costumeiro chimarrão, não mais estará do outro lado da linha para mim comentar algum jogo do Inter (que, convenhamos, faz tempo que não joga nada), dentre tantas vezes que tivemos nesses meus 45 anos de vida como seu filho. Ele gostava dos encontros mas não gostava das despedidas. Quem pode gostar?

Perder alguém querido é perder-se, porque somos feitos dos outros que nos rodeiam. Pai e mãe é parte de nós. Foi-se um pedaço do peito. Foi-se uma parte de nós, da nossa família. Saudade e tristeza profunda misturadas a uma alegria tão grande de tê-lo no passado. De tê-lo tido como meu pai, como amigo, como sócio. Sentimentos confusos nesta hora. Ele se foi, e esta doendo. Saber que nunca mais vou abraçá-lo, nunca mais vou ter o prazer de revê-lo me faz sofrer. Saudade para o resto da vida. Dói muito ver meu irmão e meu filho – dois inocentes – perguntando se ele volta.
Nunca mais vou ouvir sua voz. Não vou mais ver suas brincadeiras com as pessoas que te rodeavam e te curtiam, porque de uma maneira só tu, fazias rir. A tua sensibilidade para apreciar filmes e bons livros. O teu respeito ao próximo, a natureza, ser honesto, e todos aqueles valores morais que hoje eu procuro passar para meu filho eu devo, também, a você meu pai. O sentimento agora é só saudade e tristeza, misto de um que de orfandade a perda do meu pai. Tristeza é um silencio que grita dentro. Lágrimas incontroláveis é um protesto que a situação seria melhor se fosse outra. Nunca mais dói demais.
Perder um pai ou uma mãe não tem consolo. A distancia nestas circunstancias é cruel. Aquele telefonema que eu não encontrei o tempo para dizer mais uma vez o quanto eu o amava. Me entristeço pensando o quanto a gente adia pequenas coisas que são realmente importantes da vida, na ilusão de que o tempo “vai dar” para fazer tudo. Não deu para dizer adeus... e esta doendo, muito. Obrigado a todos os amigos pela presença e palavras de conforto.

Dunga, um homem de verdade

O Dunga foi capitão da seleção, lembram? Xingava todo mundo e exercia liderança absoluta sobre seus colegas dentro do campo. Para que a comissão técnica conseguisse bom comportamento do Romário durante a Copa botaram o mesmo a dormir no quarto do Dunga. Romário até hoje diz que o melhor amigo que ele teve na Seleção foi o Dunga, porque lhe deu sempre bons conselhos e conversavam horas a fio.
Foi capitão no Internacional de P. Alegre, do qual saiu porque reclamou duma diferença de 400.000 reais que não lhe pagaram. Abandonou as chuteiras, entrou na justiça e teve ganho de causa. E fez uma doação dos 400.000 reais para uma instituição de caridade de P. Alegre que atende crianças com câncer.
Qual jogador que faria isso nesse bando de mercenários que anda por aí? Como técnico, tem suas convicções e delas não se afasta. É viril, sim, como foi dentro de campo. Todo mundo sabe que, fora do campo, é uma moça tímida. Mas se transforma num guerreiro quando defende seu trabalho e suas convicções.
E exerce total liderança entre os jogadores, cada um deles com o Ego maior do que um transatlântico. Depois da partida contra Costa do Marfim, quase quebraram nossos melhores jogadores. Queriam que Dunga recitasse poemas parnasianos na entrevista? Chamou alguns críticos de fdp E daí? Alguns são mesmo!
É um homem de verdade o Dunga. Num país habitado quase por fantoches e marionetes.
Como é honesto, é criticado.
Como é direto e coerente, é chamado de grosso.
Como não adula jornalista, é sabotado.
Como caga e anda para a crítica, é odiado.
A Globo que crie vergonha e critique a roubalheira que ocorre no país, sem medo de perder as verbas publicitárias dos Correios, Caixa Econômica e demais órgãos estatais.

domingo, 11 de julho de 2010

A Viagem

Esse texto é em homeagem ao meu pai, que desencarnou no último dia 03/07/210, vítima de infarto.

Dia desses, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma comparação extremamente interessante, quando bem interpretada. Interessante, porque nossa vida é como uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho, de surpresas agradáveis com alguns embarques e de tristezas com os desembarques. Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem encontramos duas pessoas que, acreditamos que farão conosco a viagem até o fim: nossos pais. Não é verdade. Infelizmente, em alguma estação, eles desembarcam deixando-nos órfãos de seus carinhos, proteção, amor e afeto. Mas isso não impede que, durante a viagem, embarquem pessoas interessantes que virão a ser especiais para nós: nossos irmãos, amigos e amores. Muitas pessoas tomam esse trem a passeio, outras fazem a viagem experimentando só tristezas. E no trem há, também, outras que passam de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas. Outros tantos viajam no trem de tal forma que, quando desocupam seus assentos, ninguém sequer percebe. Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão queridos acomodam-se em vagões diferentes do nosso. Isso nos obriga a fazer essa viagem separados deles. Mas isso não nos impede de, com dificuldade, atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles. O difícil é aceitarmos que não podemos sentar ao seu lado, pois outra pessoa estará ocupando esse lugar. Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques. Sabemos que esse trem jamais volta. Façamos essa viagem da melhor maneira possível, tentando manter um bom relacionamento com todos, procurando em cada um, o que tem de melhor, lembrando sempre que em algum momento do trajeto poderão fraquejar e provavelmente, precisaremos entender isso. Nós mesmos fraquejamos algumas vezes. E, certamente, alguém nos entendeu. O grande mistério é que não sabemos em qual parada desceremos. E fico pensando: quando eu descer desse trem sentirei saudades? Sim. Deixar meus filhos, esposa, neto, irmão, amigos, viajando sozinhos será muito triste. Separar-me dos amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido. Mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na estação principal e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem, que não tinham quando embarcaram. E o que me deixará feliz é saber que, de alguma forma, eu colaborei para que essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa. Agora, nesse momento, o trem diminui sua velocidade para que embarquem e desembarquem pessoas. Minha expectativa aumenta, à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade... Quem entrará? Quem sairá? Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem, não só como a representação da morte, mas, também, como o término de uma história, de algo que duas ou mais pessoas construíram e que, por um motivo ínfimo, deixaram desmoronar. Fico feliz em perceber que certas pessoas como nós, têm a capacidade de reconstruir para recomeçar. Isso é sinal de garra e de luta, é saber viver, é tirar o melhor de "todos os passageiros". Agradeço muito por você fazer parte da minha viagem, e por mais que nossos assentos não estejam lado a lado, com certeza, o vagão é o mesmo.
WATERLOO CABALAR EHLERT
*11/05/1942
+03/07/2010