"Tenha coragem de vencer os desafios e prosseguir a sua caminhada. Felicidade não cai do céu como chuva. Ela sempre será conquistada, e, afinal, você não é diferente dos outros. Todo o mundo só conquista a felicidade através de muita dedicação, trabalho e amor. Isolar-se por rebeldia não o levará a nada. Permita-se inovar; entregue-se à vidaa e vibre em sintonia com aqueles que o amam. Dê uma chance a si mesmo".
(CHICO CHAVIER)


sexta-feira, 25 de março de 2011

À direção do G. E. Tapajós - 76/RS

Prezados escotistas:

Trabalho há muitos anos no ramo de confecção, mas trabalhei a maior parte da minha vida em comunicação, tanto na área de publicidade como na área de jornalismo. Como no escotismo, cresci dentro desses dois ambientes, claro que me dediquei à minha formação profissional como publicitário e me sinto muito feliz por trabalhar em algo que me traz prazer e realização. Sem falar na área de confecção, que trabalho há 11 anos, com o mesmo prazer e dedicação da área publicitária.
Entrei no movimento escoteiro aos 7 anos de idade incentivado por meus avós maternos, que me acolheram desde os meus 6 anos, com a separação dos meus pais. Meu ingresso no escotismo foi providencial para a minha formação moral e social. Foram 15 anos dedicados, sendo os primeiros 8 anos como elemento infantil e juvenil. Daí por diante colaborando com a formação escoteira de muitos jovens, do Grupo Escoteiro Ciretama – 65/RS, na cidade de Bento Gonçalves, onde resido atualmente.
Afastei-me do escotismo no dia 21 de agosto de 1987, com o falecimento do meu avô. Dei um tempo! E este tempo passaram-se 23 anos. Aprendi a adorar o Movimento Escoteiro, o Ciretama e jamais imaginei que um dia pudesse ingressar em outro grupo; mas ingressei, por opção do meu filho que tinha um colega de aula no mesmo grupo.
Foi com o ingresso do meu filho nos lobinhos, do Grupo Escoteiro Tapajós, 76/RS, em Porto Alegre, que retomei minha atividade - como pai - no movimento escoteiro. Mas, como diz a frase: “uma vez escoteiro, sempre escoteiro”. Como pai pude observar coisas positivas dentro do Tapajós: o brilho no olhar dos jovens na esperança de uma atividade mateira ou fora da sede. Assim como outras tantas coisas negativas, onde sito uma delas: a decepção da tropa Sênior de não poder voltar a usar o uniforme cáqui. Afinal, não são os jovens que decidem o que querem?
Na minha época, o segredo para uma atividade, reunião, acampamento ser atrativo e emocionante para os jovens, era que deveriam ser desenvolvidas com a participação e idéias dos próprios jovens, apenas com a responsabilidade do adulto no que se referia à responsabilidades, segurança e jovialidade. Pelo visto, isso mudou ou não é cumprida pelos adultos, do Tapajós. Mas realmente, o Moveimento Escoteiro tá muito mudado. Eu sou das antigas.
NUma de minhas rápidas conversas com o experiente Chefe Ailson, veio o convite para mim ingressar na equipe técnica (antigamente era chefia) do Tapajós e renovar a minha promessa. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu voltaria, mas ai o meu irmão Alexandre foi convidado a ingressar no ramo escoteiro. Ai não pude mais protelar o meu retorno no Movimento Escoteiro, até para poder prestar uma maior assistência à chefia, já que o Alexandre é portador da Síndrome de Down (www.xandedown.com.br). Para todos era um novo desafio, inclusive e principalmente para mim e o próprio Alexandre. Isso eu jamais vou esquecer.
Vejo que a falta de atividades mateira (acampamentos) no Tapajós, é, para mim, um resquício de que algo está errado. O jovem quer acampar! O jovem não agüenta mais a cidade, ele quer o cheiro do mato, o cheiro da vida, do ar livre, tocar a terra, subir nas árvores, fazer pioneirias. É isto que ele busca.
Vejo pelo meu filho, que em 2010 participou de apenas uma atividade promovida pela Alcatéia – e não pelo Grupo: a Noite do Pijama. O AGARS foi a atividade que ele mais gostou, mas não foi promovida pelo Grupo. Lembro também que fizemos um passeio de barco pelo Guaíba, que foi muito positivo, promovido pela Alcatéia.
A capacidade da direção em decidir (sem ouvir a maioria) afastar os chefes Marco e Maria José, sem sequer ouvirem os jovens de suas sessões. Essa atitude me deixou muito triste, porque o Movimento Escoteiro perde com a saída desses dois chefes. Como pai e membro da chefia do Tapajós, em nenhum momento fui convidado a ser ouvido sobre tal atitude, vista por mim como arbitrária e de motivo fútil, medíocre e preconceituoso. Recebi a notícia da saída deles pela internet, através de um email da chefe Maria José, despedindo-se dos jovens e dos amigos. Tentei entender o que havia se passado e soube ainda que a filha do chefe Marco, também tinha sido “dispensada” pela direção. Pior: haviam pago a inscrição 2011, mas a direção não inscreveu a jovem (porque as cartas já estavam marcadas) e devolveu o dinheiro. Simples né? Sinceramente eu não sei o que chamar tal atitude. Senti-me traído e desta maneira, não posso conviver no meio de traíras. Imaginem se o meu filho e o meu irmão vão conviver?
Por falar em medíocre, quero descrever um artigo que li em um jornal, que fala sobre os Medíocres e brilhantes. Vamos ao texto: “Existem muitos medíocres triunfantes. Assim como existem muitos brilhantes fracassados. A vida nesse ponto é justa: não basta ser brilhante para ter êxito, assim como nada assegurará que o medíocre não terá sucesso. Se fosse o contrário, bastaria ser brilhante para atirar-se nas cordas, o sucesso viria ao natural. Ou então, um medíocre estaria condenado desde o nascimento ao fracasso.
Existem até, por incrível que pareça, algumas atividades em que basta ser medíocre para alcançar sucesso. E outras em que, sendo brilhante, não há nenhuma chance de triunfar nelas. Sem falar na luta que obrigatoriamente se estabelece, em qualquer organização, entre os medíocres e os brilhates. A característica dos medíocres é que, sendo medíocres, sozinhos não enfrentam os brilhantes. Por isso é que os medíocres são muito unidos. Unidos eles se tornam fortes e podem derrotar os brilhantes.
Já os brilhantes, por serem raros, enfrentam solitariamente os medíocres. O perigo que se corre em qualquer organização reside em que os medíocres venham a vencer os brilhantes. E os espantem ou os anulem. Não existe nada mais desolador do que uma empresa ou qualquer conglomerado vir a ser dominado pelos medíocres. Porque muitas vezes os medíocres vestem a capa de brilhares, embora ali adiante possam ser desmascarados. É necessário quer as lideranças de qualquer agrupamento humano se acautelem contra os medíocres e contra os falsos brilhantes.
O segredo é que, em qualquer grupo, sejam colocados nos lugares devidos os medíocres. E também os brilhantes. Botar um medíocre num lugar que deveria ser dado a um brilhante é um desastre. E botar um brilhante num lugar em que o medíocre desempenharia é um desperdício. Mas tem um coisa muito importante: um líder medíocre não oportuniza liderados brilhantes. E um líder brilhante só faz multiplicar os brilhantes entre os liderados”.
O objetivo deste texto é de desabafo, já que não tive a oportunidade de ser ouvido nas “reuniões” da direção, nem como chefe e muito menos como pai. Diga-se de passagem: um pai muito participativo.
Em breve, terei o prezer de rever os lobos, os escoteiros, os sêniors (os pioneiros não pq tb foram chutados de lá). Não posso esquecer também que tenho que me despedir de alguns poucos chefes brilhates, mas esses não faltará oportunidade para nos vermos nas atividades Distritais, Regionais ou até mesmo Nacionais. Quem sabe em algum Jamboree?
Agradeço a todos pelo carinho e compreensão e deixo aqui o meu até logo, um breve adeus e quem sabe junto ao fogo tornaremos a nos ver.
Sempre Alerta para Servir!
Porto Alegre, 12 de março de 2011.