Educação Vergonhosa

Todos sabemos que a educação básica não é nunca foi prioridade dos governos. Nunca! Há mais de 500 anos é assim e por mais esse tanto continuará sendo, se não tomarmos vergonha na cara e não dermos um basta. Por mais discursos que façam os atuais safados da política, a imprensa brasileira traz periodicamente reportagens informando que ainda faltam professores em algumas escolas públicas, dentre elas algumas da capital gaúcha, Porto Alegre. Acreditem! Não é lá no meio da Amazônia, onde se precisa navegar por horas e tampouco no interior do Maranhão, onde professores levam horas no chão batido em cima de jegues para cumprir a nobre tarefa de educar. Estou falando de Porto Alegre, onde tenho relatos de crianças que voltam para casa, frustradas, mochilinhas nas costas, porque não há educadores. Um cena deprimente de um país que insiste em relegar o estudo a um segundo ou terceiro plano.
Na Escola Estadual Marechal Floriano Peixoto, bairro Floresta, as crianças da 2ª e 5ª séries do turno da tarde do Ensino Fundamental foram mandadas para casa por que não havia docentes. Uma vergonha! As escolas Costa e Silva e Paula Soares têm problemas semelhantes. E no Estado inteiro há notícia de que falta gente para ensinar as novas gerações que serão responsáveis pelo nosso amanhã. Isto é vergonhoso senhor Governador do Estado, Tarso Genro!
Sou publicitário há mais de 15 anos e a história se repete, entra ano e sai ano, entra governo e sai governo. Uma maneira eficaz de solucionar esse problema que se repete deve ser pensada pelos governantes de um ano para outro e não deixado para a volta às aulas, na boca do túnel. É muita incompetência. É muita falta de agilidade. É descaso puro! Fico pensando o que os pais, avós e responsáveis podem dizer aos filhos que voltam para casa sem aulas. O que dizer a eles?
Estamos em 2012. Em pouco mais de dois anos teremos Copa do Mundo no Brasil. Em 2016 teremos Olimpíadas. Bilhões, eu disse bilhões dos nossos impostos estão sendo investidos num evento de 30 dias, onde outros tantos bilhões serão desviados para bolsos e cuecas sabe-se lá de quem, e continuam fazendo de nossas crianças, meros fantoches.
Então lembro do brilhante professor austríaco Peter Drucker. Ele nos ensinou que “a educação faz com que as pessoas sejam fáceis de guiar, mas difíceis de arrastar; fáceis de governar, mas impossíveis de escravizar”.
Talvez resida aí a resposta do descaso das autoridades com nosso bem mais precisos: os jovens do amanhã.