Tá bom, desculpem, foi mau... Fui muito injusta me perdoem. Os animais merecem respeito. Eles estão no zoológico, você tem que ir até lá para vê-los e estão todos ENJAULADOS e não soltos dirigindo carros e principalmente: bebendo. Fiquei apavorada com o que vi nesta avenida no final de semana. A selvageria que rola neste local, regada a muuuuita bebida alcoólica é impressionante. Você não vê a boca de ninguém, pois estão todas dentro de uma lata de cerveja, de uma garrafa ou pasmem, dentro de um balde (aquele de lavar roupa) cheio de caipirinha.
As ruas ficam intransitáveis, com cadeiras de praia, grupos de pessoas paradas no meio da calçada, carros com o porta–malas aberto e SOM. Muito som e muito alto. Você para caminhar precisa conseguir passar entre eles, desviar as garrafas, as cadeiras, os copos plásticos e sobreviver... Alguns após beber, urinam ali mesmo, no pátio das casas, no muro, no parque, na frente de quem estiver passando... Se você estiver de carro, deve levar o baralho para jogar, a velocidade é de 5 KM por hora.
Muitos trazem a bebida de casa, pois chegam com isopor (será que tem frango com farofa?) para a Avenida. E os pais destes adolescentes não vêem seus filhos bebendo? E não estou falando de gente de baixa renda ou sem formação. São meninos e meninas de famílias conhecidas e colunáveis da cidade. E as meninas bebem, tanto ou mais que os meninos.
Estes jovens estão TODOS, ou na grande maioria, de carro. Bebem o dia inteiro e depois vão para as baladas na noite: DIRIGINDO SEUS CARROS, morrendo e matando em acidentes de trânsito. Cadê as blits policiais, o bafômetro a fiscalização, a tolerância zero???
E o som que esta gente ouve. Não vou querer que tenha o bom gosto da minha geração, onde se ouvia bandas revolucionárias, com letras e músicas que até hoje são verdadeiras obras: Pink Floyd, Led zeppelin, Yes, Black Sabbath, Rush, Beatles. Agora as músicas ouvidas não podem ter mais que uma frase deve ser para conseguirem decorar. São coisas do tipo: “Sapão, Créu, Pagar Pau, Bonde do Tigrão, Titanic, Piriquita...” ECA!!! Nada contra, mau gosto musical: MAS USEM FONE DE OUVIDO PELO AMOR DE DEUS... Eu ouço estas imundices e fico dois dias com o refrão na cabeça, grudado que nem bosta em tamanco.
Conversei com algumas pessoas que moram ou trabalham por ali. É impossível qualquer comércio, academia ou moradores agüentarem a altura do som e a invasão de carros, lixo e pessoas que param em qualquer lugar. Só bar que vende bebida, se beneficia com o que acontece aos finais de semana naquelas ruas.
Achei que era proibida a venda de bebida alcoólica para menores. Mas se todos estão bebendo, alguém está vendendo certo? Não tem fiscalização e nem punição para quem vende? O poder público municipal não alardeia que está combatendo o consumo de drogas? Álcool não é droga? Autoridades municipais, encarregadas do combate às drogas, perceberam o grande problema que temos a céu aberto em Bento? Será que só o crack consumido escondido pelos viciados serve para ser plataforma de quem está no governo com ambições políticas? Não seria o álcool e o cigarro as primeiras drogas que o jovem tem contato?
Será que trazer psiquiatras de fora, alugar casa para fazer triagem de quem tem problemas com drogas vai solucionar alguma coisa? Vão internar onde? Qual hospital vai receber o viciado em drogas? Ou vai ser criado o “bolsa viciado” e fazer mais assistencialismo eleitoreiro.
O segredo está na prevenção. Levar até onde estão as jovens as informações, para eles aprenderem a namorar, se divertir, serem os ”bons” sem beber.
Deve-se começar o combate as drogas onde tudo inicia: cigarro e álcool. Bento tem jovens com dinheiro, o traficante está onde está quem pode comprar. Fazer jantinhas e discutir o problema das drogas com um copo na mão não resolve nada.
Na verdade, é que dá mais impacto falar no crack e usar os viciados terminais. Prevenir não dá matéria para jornal. Sai mais barato, o investimento é menor, não necessita de grandes projetos, nem verbas milionárias, a promoção pessoal é menor...
Entenderam ou querem que eu desenhe?
por Simone Serafini - Advogada
